Igreja da Boa Morte






Construída em 1810 em taipa de pilão e adobe (tijolos de terra batida), a igreja que fica a uma quadra da Praça da Sé na Rua do Carmo,202. Ao contrário do exuberante barroco mineiro, em São Paulo as construções dessa época não eram carregadas de luxo. Principalmente porque, longe das minas de ouro, por aqui não havia muito com o que se gastar. "A igreja em si já nasce pequena e não tem nenhuma importância, em termos de riqueza, de um barroco mais requintado".Ao longo do século 19, acredita-se que a igreja tenha sido parada obrigatória de escravos condenados à forca - a execução costumava ocorrer próximo de onde hoje é a Praça da Liberdade, no centro.
 
 

De acordo com a tradição religiosa, era recomendável pedir a Nossa Senhora da Boa Morte, como o próprio nome sugere, uma "boa morte". No século 19, o templo era conhecido como "a igreja das boas notícias". Isto porque, como se localizava à entrada daqueles que vinham do Ipiranga em direção à cidade, seus sinos repicavam para anunciar novidades - bem como a chegada de forasteiros, já que de sua posição geográfica privilegiada era possível avistar antes os que chegavam da Serra do Mar. Reza a lenda que foi por meio de seus sinos que, em 1822, o imperador d. Pedro I foi saudado pela cidade, logo após proclamar a Independência do Brasil. 


  

Nossa Senhora da Boa Morte é um dos títulos católicos dados à Nossa Senhora. Há inúmeras igrejas dedicadas a ela ao redor do mundo - no ano de 1661, em Lombo do Atouquia, freguesia de Calheta, Portugal, já existia uma capela de Nossa Senhora da Boa Morte.




No Brasil, a veneração à santa foi trazida pelos portugueses e são famosas as igrejas com seu nome na Bahia, em Salvador e em Cachoeira.
Por aqui - não se sabe se causa ou consequência do nome - acredita-se que, no século 19, o local era parada dos escravos condenados à forca. Eles passavam ali para pedir à santa uma "boa morte".

 

Segundo alguns relatos , muitas pessoas dizem ter vistos vultos e escutados barulhos de correntes sendo arrastadas pelo chão da igreja, alguns dizem que são as almas dos escravos que seriam enforcados no centro da praça.